Doença da Hipófise

hipofise

Como identificar as doenças da hipófise?

A hipófise pode apresentar basicamente dois tipos de problema:

  1. Quando a glândula trabalha em excesso (hiperfunção)
  2. Ou quando há algum prejuízo da função glandular (deficiência). Baseado nas queixas do paciente, uma avaliação cuidadosa e exames complementares o endocrinologista será capaz de determinar se o problema é uma hiperfunção ou deficiência da glândula e propor o tratamento adequada a cada um.

Quais são os principais hormônios produzidos pela hipófise?

Os principais hormônios produzidos pela hipófise são normalmente conhecidos no meio médico por uma “sopa de letras” que provêm da abreviação do inglês. Entre eles, destacam-se o TSH (hormônio que estimula a glândula tireoide), FSH e LH (que vão estimular os ovários na mulher e testículos no homem), GH (hormônio do crescimento), ACTH (hormônio que vai estimular a adrenal a produzir cortisol) e prolactina (hormônio envolvido com processo de lactação).

Quando ocorrem os quadros de deficiência?

A deficiência da hipófise pode ser de causa genética (nasce com a pessoa) ou adquirida.

Quais os sintomas da deficiência?

Os sintomas dependem de qual hormônio está envolvido. Nas crianças o mais comum é o envolvimento do GH (hormônio do crescimento) que leva a baixa estatura (retardo de crescimento). No adulto, a deficiência mais comum ocorre nos quadros decorrentes de tumores, cirurgias ou traumas. Manifesta-se normalmente com cansaço, fraqueza e sonolência (deficiência do TSH), vômitos e queda de pressão (deficiência do ACTH, leva a diminuição do cortisol), infertilidade ou distúrbios menstruais (deficiência de FSH e LH).

Quais os problemas que podem ocorrer com o excesso de produção da hipófise?

O excesso de produção de hormônios da hipófise ocorre nos quadros de tumores. O tumor mais comum é o produtor de prolactina e os sintomas dependem de qual hormônio envolvido:

  • Tumor produtor de prolactina (prolactinoma): na mulher normalmente apresenta galactorréia (saída de leite pela mama); irregularidades menstruais (às vezes com ausência de menstruação); o homem apresenta menos sintomas, mas principalmente diminuição de desejo sexual (libido) e disfunção sexual (erétil).
  • Tumor produtor de hormônio do crescimento (GH): ocorre crescimento excessivo de extremidades (dedos das mãos e pés), alargamento do nariz e lábios, e algumas outras características específicas. O excesso do hormônio do crescimento (GH) também leva a alterações no organismo com elevação da pressão, diabetes e crescimento dos órgãos internos (coração, fígado e baço).
  • Tumor produtor de ACTH: o excesso de ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) leva a um aumento do estímulo sobre a adrenal, com níveis excessivos de cortisol. O tumor leva ao que chamamos de Síndrome de Cushing: excesso de peso com acúmulo no abdômen, estrias grossas e violáceas, fraqueza muscular entre outros.
  • Tumor clinicamente não funcionante: seriam tumores que não produziriam hormônios. As manifestações clínicas seriam mais por compressão, podendo levar a dores de cabeça (cefaleia), alterações de campo visual, entre outros.
  • Os tumores produtores de TSH, FSH e LH são extremamente raros.

Como é feito o diagnóstico das doenças da hipófise?

O diagnóstico envolve uma série de etapas. Primeiramente, ocorre a suspeita através das queixas e da história do paciente. Após a suspeita, o endocrinologista examina de maneira detalhada o paciente e, em seguida, solicita alguns exames laboratoriais (de sangue). Dependendo dos resultados, solicitam-se exames mais específicos de sangue (testes) ou imagem como a ressonância da hipófise.

Que tipo de tratamento deve ser indicado para as doenças da hipófise?

O endocrinologista trata tanto das situações de hiperfunção (quando a glândula trabalha em excesso) quanto de deficiência (quando há algum prejuízo da função glandular). Para cada uma destas condições, o endocrinologista (neuroendocrinologista) segue um tratamento específico, para os casos de deficiência, faz-se a reposição hormonal. Nos casos dos tumores pode-se fazer a cirurgia ou tratamento com medicação (por exemplo, nos casos de prolactinomas, tumores produtores de prolactina). As cirurgias são executadas por profissional com experiência na área, normalmente, o neurocirurgião habilitado para este tipo de procedimento, que costuma ser, na maioria das vezes, pouco invasivo e com bons resultados.

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Autor do conteúdo

Drª Claudia Chang

CRM SP - 110155

Graduação em Medicina UFJF/MG
Residência em Endocrinologia UNESP
Membro Sociedade Bras. Endocrinologia(SBEM)
Doutorado(PhD)pela USP
Membro da Endocrine Society
Profª. e coordenadora da Endocrinologia ISMD

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