Doenças da Tireoide: nódulos e câncer de tireoide

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O que são nódulos tireoidianos?

São formações nodulares na tireoide, que precisam ser avaliadas e acompanhadas por especialistas (endocrinologistas). Atualmente, são muito comuns e estima-se que cerca de 7% das pessoas tem algum nódulo palpável na tireoide. Quando se avalia o percentual que pode ser visualizado pelo USG (ultrassom), este número chega de 20-76%.

Quem são as pessoas mais predispostas a terem nódulos tireoidianos?

Pessoas idosas, mulheres e pacientes que tenham hipotiroidismo por tiroidite de Hashimoto. Regiões com carência de iodo e história de exposição prévia à radiação também aumentariam a formação de nódulos.

Quais as principais causas de nódulos tireoidianos?

Não sabemos ainda todos os mecanismos que levam à formação dos nódulos. As principais causas seriam bócio colóide (células normais da tireoide), cistos simples, tireoidites (inflamação na glândula levando à formação de nódulos) e neoplasias. Embora a menor parte dos nódulos (5-10%) seja por neoplasia (câncer de tireoide), a avaliação e o seguimento especializado são fundamentais.

Todo nódulo tem indicação de ser puncionado?

Não. Na verdade, a grande maioria dos nódulos não precisa ser puncionada, mas requer acompanhamento semestral ou anual com imagem. Atualmente, seguimos algumas diretrizes internacionais e nacionais (SBEM-Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) para se indicar ou não a punção.

Quais são os cuidados maiores que as pessoas que apresentam nódulos devem ter?

O maior cuidado é ter seguimento regular e especializado com endocrinologista. Algumas características têm que ter cautela maior: nódulo com crescimento muito rápido, história de irradiação (radioterapia) prévia na região cervical (pescoço), rouquidão súbita.

Todo individuo com nódulo vai ter problema na função da tireoide?

Não. O nódulo é uma alteração de “estrutura”, não influencia na função da tireoide. Algumas pessoas fazem certa confusão com isto, questionando como podem ter nódulo se o exame de sangue nunca acusou nada. Embora indivíduos com hipotiroidismo tenham maior chance de ter nódulo, a maioria das pessoas com nódulos tem função da tireoide normal.

Quando se indica a cirurgia?

Normalmente, indica-se a cirurgia para retirada de nódulo na tireoide quando a punção vem suspeita ou indica malignidade.

Quais os tipos de tumores tireoidianos?

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), os tumores da tireoide podem ser classificados como benignos ou malignos. Dentre os tumores malignos destacam-se o carcinoma papilífero da tireoide, tumor com melhor prognóstico dentre todos da tireoide, carcinoma folicular e carcinoma medular (mais raro e mais grave).

Qual o tratamento do câncer de tireoide?

Consiste na cirurgia para a retirada de toda a glândula. Diferente de tumores de outros locais, o tumor de tireoide tem a possibilidade de se realizar terapia ablativa com radioiodo, que destrói todo o tecido remanescente (seja do tumor ou da tireoide normal).

Como é feita a dose do iodo?

Normalmente, indica-se depois da cirurgia. Pode-se fazer ou não uma imagem para analisar a captação antes (PCI: pesquisa de corpo inteiro).

Quais os cuidados para se fazer a PCI ou dose do iodo?

Para ser efetivo, deve-se ter isenção total do contato com iodo: uso de sal apropriado, sem ser iodado, evitar frutos do mar, pintar unhas, tintura de cabelos, maquiagem (exceto algumas específicas sem iodo), além de outros cuidados, como não realizar exames contrastados que requerem uso de iodo.

Quais as complicações da cirurgia?

Atualmente, temos níveis de complicações cada vez menores, mas consistem, principalmente, em rouquidão (permanente ou transitória) e queda dos níveis de cálcio (quando a paratireoide, glândula que controla o metabolismo do cálcio, é retirada).

Quais os cuidados após a cirurgia?

Apesar de o câncer de tireoide ter um dos melhores prognósticos, o seguimento e acompanhamento regular são decisivos. Uso da medicação em doses suficientes e controle da dosagem sanguínea tornam-se imprescindíveis.

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Autor do conteúdo

Drª Claudia Chang

CRM SP - 110155

Graduação em Medicina UFJF/MG
Residência em Endocrinologia UNESP
Membro Sociedade Bras. Endocrinologia(SBEM)
Doutorado(PhD)pela USP
Membro da Endocrine Society
Profª. e coordenadora da Endocrinologia ISMD

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