Síndrome metabólica

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A gordura abdominal é a que mais costuma incomodar as pessoas, por conta da estética. Mas, além da estética, ela é a mais perigosa para a saúde, certo? Por quê?

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que, em última análise, põe a glicose do sangue para “dentro” das células. Quando se está acima do peso ou com excesso de concentração de gordura na região abdominal (gordura visceral), a insulina passa a ter “dificuldade” para agir, instalando-se assim um quadro de resistência. O que o organismo faz para tentar “superar” esta resistência? Produz mais insulina! O problema é que a insulina em excesso gera ganho de peso (ela é um hormônio que produz energia, anabólico) estabelecendo-se, assim, um ciclo vicioso. Como o pâncreas tem sua demanda metabólica muito aumentada (trabalha muito acima da capacidade que deveria) pode chegar uma hora que não consegue mais manter este “ritmo de produção”, ocasionando as alterações glicêmicas que vão desde glicemia de jejum alterada e intolerância ao carboidrato (feito pelo teste oral de tolerância a glicose ou curva glicêmica) até o diabetes franco.

Como medir? Como saber se a gordura abdominal já é prejudicial à saúde?

Existem duas formas de se medir a circunferência abdominal, sendo o mais fácil, na linha da cicatriz umbilical (a outra forma seria no meio entre a borda da última costela e a parte mais alta do osso do quadril que chamamos de crista ilíaca).

Quanto menor a circunferência abdominal, melhor. Existem dois consensos que podem ser usados na prática diária que determinam os valores ideais de circunferência:

  • de 2001 (NCEP/ATPIII): que considera valor ideal <102cm homens e <88cm mulheres;
  • de 2004 (IDF): que considera nível mais baixo (94 para homens e 80 para mulheres de descendência europeia), e faz uma diferenciação quanto à raça, pois os orientais tendem a apresentar quadro de resistência insulínica com valores de circunferência mais baixos (85 para homens e 90 para mulheres japonesas);

Quais os problemas que ela pode acarretar? Aumenta os riscos de problemas cardiovasculares?

A resistência insulínica é o principal componente da síndrome metabólica que consiste basicamente em elevação dos níveis da pressão arterial (hipertensão), alterações nos níveis de colesterol (colesterol bom ou HDL baixo; colesterol ruim LDL alto, elevação dos triglicérides), excesso de peso predominantemente abdominal (gordura visceral) e alterações glicêmicas que vão desde quadros iniciais de alteração na glicemia de jejum e após sobrecarga (pré-diabetes) até o diagnóstico de diabetes franco.

Como se livrar dela? Alguma dica?

A intervenção mais eficaz em reverter o processo de resistência insulínica é o emagrecimento associado à atividade física. No estudo DPP – Diabetes Prevention Program – foi visto que naquelas pessoas que tinham quadro de pré-diabetes, a modificação do estilo de vida foi mais eficaz do que a medicação para resistência insulínica utilizada isoladamente.

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Drª Claudia Chang

CRM SP - 110155

Graduação em Medicina UFJF/MG
Residência em Endocrinologia UNESP
Membro Sociedade Bras. Endocrinologia(SBEM)
Doutorado(PhD)pela USP
Membro da Endocrine Society
Profª. e coordenadora da Endocrinologia ISMD

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